
A história da Estrada de Ferro Belém/Bragança




A lenta história de um trem, em Belém do Pará que demorou 25 anos para chegar a seu destino. Acordos não cumpridos, empréstimos milionários e um projeto que ao invés de integrar dois estados, acabou ligando bairros de uma cidade. A pouca conhecida história da Estrada de Ferro Belém Bragança.
Era 1870 quando o governo da província do Grão Pará estava disposto a financiar qualquer empresa interessada em instalar o serviço de "rodagem a vapor", não apareceu nenhum pretendente. As vantagens aumentaram e 4 anos depois, aparece um interessado que jamais cumpriu o contrato. Mais e mais atrasos e uma obra que só sai do papel depois de 9 anos.
Além da ferrovia, a obrigação de alocar 10 mil colonos às margens da estrada em 4 anos. Durou 2 anos a iniciativa privada.
O governo assume, mas precisa de dinheiro inglês. Foram 650 mil libras que não bastaram para tocar o negócio. Só em 1908, com novo empreiteiro contratado, chegou a Bragança, com 25 anos de atraso. A Ferrovia acabou vendida a União por 18 contos de reis em 1923.
Deveria chegar em São Luis, mas acabou integrando mesmo Belém do Pará. Desde 1887, existia uma linha de São Braz até o centro e Batista Campos. Além do ramal que iniciava em uma estação localizada na Trav. 16 de novembro com a Almirante Tamandaré (onde hoje localiza-se o Hotel de transito do Exercito) e tinha como trajeto a 16 de novembro, Praça Amazonas, Rua dos Jurunas (hoje Roberto Camelier), Mundurucus, Passagem do Horto, Gentil até a estação de São Braz existia outro ramal que partia do entroncamento sobre o leito da atual Pedro Alvares Cabral chegando aos armazéns do cais do Porto.
Inclusive, em alguns mapas antigos de Belém, a atual Pedro Álvares Cabral era chamada de Rua do Trilho.
As estações foram demolidas como se a ideia fosse esquecer. A ferrovia foi desmontada em 1965 por decisão do Governo Militar. A alegação, novamente era o dificit nas contas, existente desde a fundação. Dizem que os trilhos foram levados e montados em Fortaleza, terra natal do presidente da república da época, Castelo Branco.
Fontes: José Maria Quadros de Alencar, Blog do Alencar, 23/01/2008 / Revista Brasileira de Geografia-IBGE 1961
Fotos:
1. O trem , saindo da estação de São Brás
2. Estação Central São Brás ( início século XX) - Demolida para dar lugar a Rodoviária
3. Estação de Belém - Provavelmente na 16 de novembro com Tamandaré, onde hoje esta o Hotel de Trânsito.
4. Mapa da Rede de trilhos da Ferrovia em Belém


